terça-feira, 12 de maio de 2009

MEU DEUS

Recentemente, na novela Paraíso, TV Globo, de autoria de Benedito Ruy Barbosa, numa cena comovente entre o personagem Zeca e o padre Bento, complementada dias depois noutra cena entre o Zeca e Mariana, mãe de Santinha, ela dá uma versão sua de como vê Deus. Achei muito bonita e consegui retratar o texto da melhor forma possível.
Normalmente, pensa-se em Deus de um modo tradicional ensinado nos catecismos. Mas se pensarmos bem, veremos a autenticidade da maneira como o personagem Zeca reproduz o sript de Benedito Ruy Barbosa. E o faz de forma comovente, com palavras que encerram uma beleza ímpar para o texto do autor.

Conversando com o padre, Zeca é perguntado se acredita em Deus. Sim, padre, eu acredito em Deus. Não neste Deus que julga, pune e condena, mas neste que comanda o universo, que pode ser chamado por muitos nomes, que no fundo é um só. Deus não está preso no altar de uma igreja. Ele está no céu, nas noites estreladas que embalam meu sono nas redes das pousadas. Está no sol que nasce se põe todos os dias no horizonte. Está na flor que desabrocha, no beija-flor que a beija e espalha suas sementes. Está na revoada dos pássaros, nos trovões e nas ventanias, na chuva que cai, fertilizando a terra.

O texto é complementado noutra cena da novela entre o Zeca, Santinha e sua mãe. Novamente indagado se acredita em Deus por dona Mariana, ele diz que sim. Deus é a energia que rege o universo e mantém o equilíbrio. Meus Deus está no fio d’água que brota da terra e segue adiante, formando os rios. Está no inseto que suga o néctar das plantas, espalhando suas sementes pelos campos e pelas matas. Meu Deus está nas mãos do homem que semeia e colhe o trigo e nas mãos que transformam o trigo em pão. Meu Deus está presente nas estrelas do firmamento e no sol que aquece a terra, no ar que respiramos. Meu Deus está no milagre da vida que se repete cada dia. Está em cada gesto de amor.

Um texto brilhante, uma verdade incontestável. Este é o Deus de verdade, que nos ama, nos protege, realiza nossos sonhos, nos freia nesta vida para que participemos do Seu Reino. Por mais nomes que dêem a Ele neste planeta, ele é único. Seus ensinamentos se resumem no amor, mas não basta segui-los. É preciso mais, temos de praticá-los, amando-nos sempre uns aos outros.

terça-feira, 5 de maio de 2009

QUEM TEM MEDO DE DARWIN?

Com este título, Frei Antônio Moser, OFM, faz uma reflexão muito intererssante e verdadeira da nossa origem. Leiam e reflitam:
"Em todos e em cada um dos períodos da história humana, podem ser encontradas pessoas que deixaram marcas de genialidade. Isto também ocorreu nos últimos séculos. Entre muitos outros, três nomes serão sempre lembrados: Sigmund Freud, Karl Marx e Charles Darwin. O primeiro mergulhou nos mistérios do inconsciente; o segundo, na dialética socioeconômica; o terceiro, nos mistérios da evolução das espécies. A atual celebração do bicentenário de nascimento de Darwin propiciou uma série de reportagens, destacando os mais diversos aspectos.Todos os gênios têm uma espécie de intuição muito profunda que revoluciona as compreensões anteriores sobre determinado aspecto da realidade. Todos eles, contudo, padecem das mesmas limitações do comum dos mortais: sua genialidade não os preserva nem de certos exageros nem de eventuais erros; sobretudo no que diz respeito às interpretações feitas posteriormente. Uma interpretação adequada das teorias e teses sempre pressupõe que se esteja atento; seja ao contexto do pensador, seja ao dos seus intérpretes, seja ainda às ideologias, particularmente dos intérpretes.Assim causa nenhuma admiração que também Darwin, genial pioneiro num ramo tão delicado da ciência, seja interpretado das mais diversas maneiras. Ora, vem apresentado como se fosse uma espécie de "ser híbrido", ora como se fosse um dos grandes demolidores das concepções bíblicas referentes à criação. De quebra, envolto por uma auréola quase divina, a Darwin se atribui a capacidade de dividir a humanidade em dois grandes blocos: o dos ignorantes, que ainda acredita na Bíblia, e o dos iluminados, pela infalibilidade daquilo que se denomina ciência.Para ilustrar estas diversas leituras convém evocar aqui duas reportagens, de duas conhecidas revistas: Época e Veja. Os títulos e subtítulos das reportagens já dizem tudo. A chamada da Época: "Darwin 200 anos. Novas pesquisas genéticas revelam os erros do maior cientista do século XIX". A chamada da Veja: "Uma guerra de 150 anos. Por que Charles Darwin não conseguiu expulsar Adão e Eva dos livros escolares". Para a primeira, sem perder nada do seu brilho, Darwin não dispunha dos suportes que hoje temos para perceber todas as implicações de suas teorias. Para a segunda reportagem, Darwin não apenas colocou a versão bíblica de lado, como disse mais ou menos tudo sobre os mistérios da vida. Neste contexto cabem algumas observações, que em nada desmerecem a figura de Darwin como cientista. A primeira é sobre teorias científicas: hoje, mais do que nunca, fica cada vez mais claro que abordagens realmente científicas nunca, se apresentam como conclusivas. As ciências são um convite permanente para a humildade: tudo o que existe é tão complexo que, quanto mais descobrimos, mais percebemos o quanto falta descobrir. Ou seja, por mais paradoxal que possa parecer, nada é mais evolutivo do que o campo das ciências.A segunda observação, que diz respeito aos relatos bíblicos: qualquer pessoa de formação religiosa média sabe que nos 72 livros da Bíblia, escritos em contextos e épocas diferentes - um certo número deles por autores diferentes - existem muitos e diferentes gêneros literários. E um desses gêneros fica evidenciado no Livro do Gênesis, mais particularmente nos 11 primeiros capítulos. Ali encontramos relatos que traduzem uma compreensão profunda dos mistérios da vida e, sobretudo, dos seres humanos. Acontece que tais relatos não se apresentam como "históricos", no sentido atual do termo, mas como relatos sapienciais. Ainda que um certo número de pesquisas venha comprovar um bom número de referências bíblicas ("E a Bíblia tinha razão"), o livro sagrado aponta em outra direção: a busca do sentido último de tudo aquilo que existe, e não a precisão científica. Os escritos bíblicos querem revelar aos seres humanos seu lugar e sua missão no universo. Querem, sobretudo, levar os seres humanos a compreenderem os planos de um Deus que não apenas está na origem da criação, como acompanha amorosamente seus filhos e filhas, a quem confiou a administração de tudo. Dos seres humanos, Deus só exige uma coisa: que sejam sábios e procedam com sabedoria, perguntando- se sempre pelo sentido de tudo o que existe. A terceira observação: não podemos negar a existência de grupos fundamentalistas que, em nome da ciência ou da religião, absolutizam o que é relativo e relativizam o que é absoluto. E, no entanto, um espírito de observação mais cuidadoso sempre nos levará a uma conclusão, esta sim, científica: todos somos convidados a evoluir sob todos os prismas. Quem não evolui se fossiliza. A diferença entre o sábio e o pretensioso é que o primeiro sabe que tudo evolui dentro de uma continuidade, enquanto que o segundo dogmatiza o que não passa de uma teoria relativa. Assim a fossilização não acontece apenas em alguns círculos religiosos; acontece igualmente em círculos de pessoas que, em nome da ciência, julgam deter a primeira e a última palavra sobre todas as coisas."

EVOLUÇÃO - UMA IMPOSSIBILIDADE MATEMÁTICA! As espécies evoluem sim, mas dentro das próprias espécies. Os macacos evoluem como macacos; os homens evoluem como homens e assim por diante.

Estima-se que a menor molécula teoricamente possível e capaz de se duplicar teria que possuir 124 proteínas e 400 aminoácidos. Qual a possibilidade de, ao acaso, surgir uma molécula assim? A possibilidade é de 1 para 1 seguido de 14.136 zeros! Isto somente para se formar as 124 proteínas. E, para formar o menor de todos os organismos vivos, este número seria 1 para 1 seguido de 64.350 zeros! E este cálculo é bem otimista, porque há ainda vários fatores químicos e físicos que complicariam uma "evolução real". Qualquer pessoa de bom senso concluirá: a origem da vida não se deu ao acaso - um Criador certamente fez os arranjos necessários para que a Terra fosse habitada. Ou seja: é necessário mais fé para crer que tudo não passou por um acaso do que crer que um Ser Poderoso é que organizou e fez surgir a vida em nosso planeta! Bizarro, não? Portanto, meus caros, só Deus pode ter dado o pontapé inicial em tudo isso, dotando-nos especialmente de uma alma, uma energia que nos move e nos levará de volta a Ele.