A experiência de Deus deve nos desinstalar. Se nos reportarmos ao relacionamento de Jesus com seus discípulos, vamos ver que em um dado momento, Jesus os envia para a missão. Aqueles homens já haviam convivido com o Mestre, já conheciam sua proposta e estavam prontos, pois, para trabalhar com ele no anúncio do Reino.
Jesus vai iniciar o envio de seus apóstolos, proclamando que a messe é grande e os operários são poucos (Mt 9, 37). A seguir, continuando o relato de Mateus, no capítulo 10 do evangelho por ele escrito, Jesus passa a dar as recomendações sobre a missão: Ir as ovelhas perdidas...(Mt 10, 6) Curai os doentes, ressuscitai os mortos, expulsai demônios...(Mt 10, 8) Dê de graça, porque de graça recebeste...(Mt10, 8) Saudai as casas por onde entrares...(Mt 10, 13)Sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas...(Mt 10, 16) Não vos preocupeis com o que falar...(Mt10, 19) O discípulo não está acima do seu mestre...(Mt10, 24) e, por fim, Não tenham medo! (Mt 10, 26-ss).
A missão proclamada por Jesus não parou no tempo histórico. Ainda hoje, homens e mulheres são chamadas para dar continuidade ao trabalho iniciado pelos doze apóstolos. Fruto da experiência pessoal de Deus, a missão deve ser alimentada por um discernimento que leve a uma tomada de consciência sobre onde Deus nos chama a servir mais e melhor, a fazer o bem mais universal, a potencializar nosso esforços a partir da doação concreta e real de nosso talentos.
A Igreja nos convida a refletir sobre o papel de cada um de nós, enquanto povo de Deus em missão: missão transformadora da sociedade, das estruturas injustas, da vida do outro que anseia pela mensagem amorosa de Deus. Os conselhos que Jesus outrora deu aos seus discípulos são perfeitamente atuais para esses nossos tempos de individualismo, egoísmo e injustiça. Porém, voltando às palavras do evangelista, devemos ter sempre em mente as palavras com que Jesus inicia suas instruções: a messe é grande e os operários são poucos.
Cada um de nós é chamado a ser um desses operários. O exemplo da Igreja missionária deve ser um alerta para que assumamos o compromisso de testemunharmos a palavra de Deus diante de todos os povos e de todas as criaturas. Que o Senhor nos conceda a graça missionária de estarmos sempre atento à necessidade dos que sofrem, dos que têm fome e sede de justiça, dos excluídos de nossa sociedade e também incluídos que, mesmo não sofrendo a pobreza material, padecem com os males da alma.
Napoleão