segunda-feira, 27 de maio de 2013

QUANDO A DEVOÇÃO FAZ MAL

O ARTIGO A SEGUIR É DO IR. AFONSO MURAD, PEDAGOGO E DOUTOR EM TEOLOGIA, QUE FALA DE EXAGEROS EM CERTAS DEVOÇÕES, DE ALGUMAS ORAÇÕES E CANÇÕES MAL REDIGIDAS COMO ESTA QUE ELE ANALISA. MUITO INTERESSANTE E PRÓPRIO PARA O MOMENTO: 

"Certa vez, tive uma afta na boca. Recomendaram-me que aplicasse tintura de própolis, diluída em 70% de água. Não entendi a razão. Pensei comigo: se é bom, porque diluir? Felizmente, descobri a resposta antes de usar o remédio. Se utilizasse o concentrado, a tintura queimaria a minha mucosa bucal, em vez de curá-la. Guardei esta lição prática: até o bom remédio, natural, com poucas contra-indicações, deve ser usado com equilíbrio, na medida cert. Caso contrário, provoca mais malefício do que cura.
Este princípio tão simples vale também para a devoção. Nós, católicos, reconhecemos que as práticas devocionais são boas, pois nos levam a viver em sintonia com Deus e a seguir Jesus intensamente. No entanto, todo exagero faz mal. É como o bom remédio, fora da medida adequada: pode destruir em vez de curar.
Atualmente, presenciamos um exagero de devoção no catolicismo. Em alguns casos, o remédio se parece com uma doença. Simplesmente, porque não há limites. E tudo que se faz sem critérios e limites, corre o sério risco de decair em extremismos. No campo religioso, isso se manifesta na intolerância e na miopia espiritual. As pessoas passam a condenar a todos o que não pensam como elas e são incapazes de se auto-criticarem. Mesmo que estejam recheadas de boas intenções.
Há alguns dias recebi um canto sobre Maria. Para quem está mergulhado neste excesso de piedade, parece sublime, belo, perfeito. Intitula-se: “A primeira que comungou”. Veja:
A primeira que comungou foi a Virgem Maria
A primeira que recebeu Jesus no coração
A primeira que anunciou foi a Virgem Maria
A quem gerou na fé o profeta que de Isabel nasceu.
Foi por ela que aconteceu a primeira adoração
E quando os magos a encontraram
Houve a primeira grande exposição.
Mãe capela do santíssimo sacrário do amor
Expõe para nós teu filho
Mãe capela da santíssima morada do senhor
Expõe para nós teu filho
Primeiro ostensório do Senhor.

 O Concílio Vaticano II, ao promover uma grande renovação da Igreja, pediu que voltássemos à fonte do Evangelho e das primeiras comunidades cristãs. No capítulo 8 do documento sobre a Igreja, intitulado “Lumen Gentium”, apresenta a figura de Maria na dosagem saudável. Diz que Maria deve ser compreendida em relação a Cristo e à Igreja. A partir dessa orientação, confirmada anos mais tarde por um lúcido documento do Papa Paulo VI sobre o Culto a Maria (Marialis Cultus), se busca uma devoção mariana equilibrada, bem dosada.
 Infelizmente, não é o que se vê na música acima. O uso exagerado da analogia, ultrapassando o bom senso, leva a afirmações que não são corretas. “Comungar”, no sentido de participar da ceia do Senhor e receber seu corpo e sangue, aconteceu em primeiro lugar com os discípulos de Jesus, antes de sua paixão. Se Maria esteve lá, também tomou parte deste momento que resume a vida, morte e ressurreição de Jesus. Mas dizer que ela foi a primeira que comungou extrapola o bom senso e não retrata o que aconteceu.
 Devemos usar com cuidado as analogias ou as figuras de linguagem, para não dizer coisas ambíguas, que escandalizam outros cristãos, inclusive os próprios católicos. Não seria uma imagem inadequada e anacrônica (fora do nosso tempo), dizer que Maria é o primeiro ostensório? Tal afirmação não tem base bíblica e nem raízes nos Pais e mães da Igreja dos primeiros séculos.
 A linguagem devocional, quando usada sem limites ou critérios de verificação, acaba produzindo um fenômeno parecido com os termos esotéricos: só pode ser compreendida por quem está dentro do movimento dos iniciados. Aos outros, soa como algo estranho ou sem sentido. Para quem está mergulhado num devocionismo, não há limites em usar as figuras de linguagem. E aqui está o grande problema. Lentamente, Maria se torna mais importante do que Jesus. E o Jesus da devoção também está distante do nosso mestre e Senhor, apresentado nos Evangelhos.
 A devoção exagerada não cura. Ao contrário, lentamente leva a terríveis desvios.
 Maria merece nosso respeito. A devoção a ela é legítima. Mas não pode extrapolar o bom senso. Cultivemos a lucidez!
 Maria e Jesus agradecem...  A humanidade também".

Napoleão


sexta-feira, 24 de maio de 2013

REFLEXÕES SOBRE A DEVOÇÃO À MÃE DE JESUS


PEDIR EM NOME DE MARIA    Padre Zezinho

Uma coisa é dizer que tudo nos vem por Maria e outra coisa dizer que muitas graças no vêm através da prece de Maria. Se eu oro por você ao Pai em nome de Jesus, ou a Jesus diretamente e você me diz que recebeu a graça, não estou errado ao dizer que, por minha intercessão junto a Jesus, você recebeu aquela graça. Senão, que sentido teria os pais orarem pelos filhos ou os padres e pastores orarem por seus fiéis? Não é intercessão? Se nós intercedemos o tempo todo uns pelos outros, porque negar que Maria faça o mesmo a quem pede sua ajuda? Seria a prece dela menor do que a dos padres e pastores? 


Eu já fui de falar primeiro com Maria e só depois com seu filho. Agora, faço o que sinto vontade de fazer. Muitas vezes falo direto com Jesus. Outras, com a mãe dele. Quando falo com Maria, peço a ela que fale comigo a Jesus e interceda comigo e por mim. Se ela falar direto ao Pai, vai usar o nome do Filho dela, como eu faço quando falo com o Pai. Mas sei que a oração de Maria é incomparavelmente mais pura do que a minha. É claro que quero a ajuda dela. Se aceito a ajuda dos padres e reverendos que dizem orar por mim, porque não aceitaria a de Maria que creio estar salva e viva na outra dimensão do existir, dimensão que chamamos de céu? 
Não acho que Maria se magoe, por falarmos ao seu Filho sem recorrer a ela. É tudo que ela quer! Que falemos com seu Filho! Quando nossa Igreja diz que Maria é “medianeira de graças” ( o Catecismo não tem a palavra “todas”) nossa Igreja não está dizendo que Deus Pai que age através de Jesus só atenderá nossas preces, se elas também passarem por Maria. Isso a Igreja nunca disse!

O que a Igreja diz é que, se quisermos pedir, qualquer graça, qualquer que seja o pedido, podemos pedir por Maria, porque ela pedirá conosco e levará tudo a Jesus. Não há graça que Maria não peça conosco! A Igreja sugere, inclusive, que os católicos usem o santo nome de Maria nas suas orações, mas sem esquecer que o nome que salva é o de Jesus. Não usamos os nomes de amigos e de outras pessoas quando pedimos algum favor de alguém que as conhece? Se soubermos usar o nome certo do jeito certo, porque não? Desde que saibamos que o poder e foi dado a Jesus e ele o delega a quem ele quiser (Mt 13,11), não erraremos. Jesus deu poder aos apóstolos, desde que se reunissem no seu nome ou que usassem seu nome. ( Mt 18,20, Jo 14,13)
Na Bíblia há centenas de passagens em que se usa o nome de profetas e servos de Deus durante as orações (1 Re 13,6 ). Reis pediam aos profetas que orassem por eles. Nós cristãos usamos o nome de Jesus porque não há nenhum nome maior do que este para nós. ( Fl 2,9 ) Mas não está proibido usar nomes menores. O de Maria é menor que o de Jesus, mas é bem maior do que o nosso. Estava certa aquela senhora que orava:

-“ Pai, falo com o senhor em nome de Jesus”
 -“ Jesus, falo com o senhor em nome de Maria”
 -“ Maria, falo com senhora pedindo que me ajude a falar com Jesus, porque de falar com ele a senhora entende mais do que eu “

Estava orando a Maria do jeito certo !

Por isto é preciso que aprendamos a orar COM Maria e não À Maria. (Acrescento)

Napoleão

segunda-feira, 20 de maio de 2013

COMENTÁRIO DA PREGAÇÃO DO PADRE FÁBIO "CURE A IGREJA À PARTIR DO SEU CORAÇÃO"



Assistindo na Canção Nova a reprise da pregação na Terra Santa de 16 deste Padre Fábio de Melo no Congresso Internacional de Pentecostes, chamou-me muito a atenção algo que me preocupa também em nossa Igreja. O tema foi "Cure a Igreja a partir do seu coração". Entre tantas coisas, padre Fábio dizia que não podemos ficar presos à lei. O cristão não pode ser escravo da lei, de regras que o torna prisioneiro pensando exercer a liberdade. Por exemplo, ir à missa porque a lei manda. Não, ir à missa por prazer, por amor a Deus. E várias outras coisas que fazemos por imposição, porque a lei manda. Precisamos ter no coração o conhecimento da essência da lei para libertarmos a nossa liberdade, para sermos livres dentro de tudo aquilo que é religioso e sermos capazes de identificar o que realmente vale a pena. É preciso conhecer Jesus diariamente para realmente termos esta liberdade. Vivê-Lo cada dia.

Padre Fábio diz, eu trago dentro de mim esta raiz que é Abraão, mas não trago o equívoco que é matar o próprio filho, porque este equívoco já foi superado pela nova Lei, a Lei que Jesus me apresenta. E conhecendo o coração desta lei, poderemos cumpri-la com alegria. Pois é preciso haver limites. Por isto a igreja impõe limites como os pais precisam impor limites aos filhos para o bem deles. É preciso adentrar o coração da lei e identificar o que vale a pena.

Mas o que me chamou mais a atenção porque me deixa também preocupado foi quando ele falou das devoções onde muitas têm preterido Jesus Cristo que é na verdade o centro, o principal da nossa Igreja. Ele enfatizou que várias devoções, inclusive à Nossa Senhora, têm deixado de lado o verdadeiro centro da nossa religião que é Jesus. Ainda disse, a gente não reza à Maria, rezamos com Maria, porque Jesus Cristo é o Nosso Senhor, que tudo pode, que é o nosso Deus, eu acrescento.
Fico chocado ao ver fiéis enfatizando de tal forma suas devoções que receio estarem pecando contra o mandamento de Deus. Pe. Zezinho mesmo já comentou este assunto em seu texto Maria do jeito certo. 

Na verdade, sabemos que tudo aquilo que Deus nos pede, nos solicita não tem outra finalidade a não ser nos promover como pessoa. Dessa forma, seremos livres na verdadeira acepção de liberdade. Liberdade não é fazer o que se quer, é fazer o que convém para estarmos de acordo com a decisão tomada. Para caminharmos pela verdadeira estrada que conduz ao  Reino dos Céus.

sábado, 11 de maio de 2013

DIAS DAS MÃES: PARA A CLEUSA, MINHA ESPOSA, MÃE DE MEUS FILHOS


Cleusa,
Nesta apresentação num programa do Faustão na Globo, Roberto Carlos ainda fragilizado pela morte de Maria Rita, chora. Rola uma emoção grande. A canção AMOR SEM LIMITE me faz sentir o mesmo. Parece que fiz esta letra.
Neste dia das mães quero oferecer-lhe este vídeo pela emoção que ele deixa rolar, pela verdade que as palavras fazem calar fundo no coração, pelo amor que tenho por você e como diz a letra:

“Eu nunca imaginei que houvesse no mundo
Um amor desse jeito
Do tipo que quando se tem não se sabe
Se cabe no peito
Mas eu posso dizer que sei o que é ter
Um amor de verdade
E um amor assim eu sei que é pra sempre
É pra eternidade 

Quem ama não esquece quem ama
O amor é assim
Eu tenho esquecido de mim
Mas dela eu nunca me esqueço
Por ela esse amor infinito
O amor mais bonito
É assim nosso amor sem limite
O maior e mais forte que existe”
Nap
Veja o vídeo: