segunda-feira, 16 de março de 2009

Ouço desde menino sobre nossa cidade o dito popular: "Campanha é uma ótima madrasta e péssima mãe". O pior é que a coisa se comprova sempre. A cidade tem muitos filhos competentes, mas gosta de privilegiar quem é de fora, principalmente para ocupar certos cargos importantes. Dá a impressão de que aqui não temos pessoal com competência para desempenhar estes papeis. Chega a dar vontade de ir embora, onde talvez possamos ter o valor que se merece. Não sou contra as pessoas de outras cidades, muito pelo contrário, conheço várias da maior capacidade e integridade. O que me incomoda é contastar que o dito popular realmente é verdade, apesar de tantos campanhenses competentes. Por que falar disso agora? O evangelho de hoje me fez pensar nisso. Se aconteceu com Jesus, quem somos nós reles mortais! Veja Pregação em Nazaré - Lc 4, 24-30:

"Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga: “Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta de Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu havia muitos leprosos em Israel. Mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio”. Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no ao alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho".

A reação dos habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo lançando-o de um precipício. É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros.

Ah, se pudéssemos passar por meio deles diante dos precipícios!

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