
O livro não prega
religião. Trata da vida que um cristão deve viver para estar de acordo com os
desígnios de Deus. Seu conteúdo está perfeitamente inserido nos nossos ensinamentos
católicos, de outras igrejas cristãs e que a maioria de nós ignora.
Meu texto visa
compartilhar uma parte do livro que trata da comunidade e da igreja local. Algo
muito importante para atingirmos nosso objetivo de cristãos. No entanto, em
rápidas pinceladas, faço um diminuto retrato desde o seu início para dar melhor
sentido ao meu escrito.
O livro é iniciado
mostrando que tudo começa com Deus. Ele é o foco. E ao perguntar por que
estamos aqui, a resposta é simples, nossa vida é temporária e Deus é a razão de
tudo como nos mostra a bíblia: “NEle(Deus) foram criadas todas as coisas nos
céus e na terra, as criaturas visíveis e as invisíveis. Tronos, dominações,
principados, potestades: tudo foi criado por Ele e para Ele (Colossenses 1,16).
E que nós, criaturas à Sua imagem, fomos criados para ser eternos, para agradar
a Deus, para fazê-Lo sorrir, amando-O acima de tudo, adorando-O sempre, sendo
Seu amigo todo dia, não apenas nas situações difíceis e sofredoras. Fazendo
parte efetiva de Sua família, pertencendo a nossa Igreja local, a nossa
comunidade, aos nossos grupos, trabalhando juntos na construção do Seu Reino.
Aqui começa o meu
intento, apresentar a importância de fazer parte da família de Deus.
A vida consiste em
amar. A bíblia confirma “porque toda a lei se encerra num só preceito: Amarás o
teu próximo como a ti mesmo” (Gálatas, 5, 14). Mas Deus quer que isto seja
feito vivendo juntos na nossa comunidade, no nosso grupo de estudos, em
conjunto. Então é preciso de um lugar ao qual pertencer. Somos chamados para
pertencer, não somente para crer. “Consequentemente, já não sois hóspedes nem
peregrinos, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos
apóstolos e profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus. É nEle
que todo edifício, harmonicamente disposto, se levanta até formar um templo
santo no Senhor. É nEle que também vós outros entrais conjuntamente, pelo
Espírito, na estrutura do edifício que se torna a habitação de Deus” (Efésios
2, 19-22). Este local ao qual pertencer é a nossa Igreja, a nossa pastoral, o
nosso círculo de estudos. E é no grupo menor que conseguimos a vida em
comunidade, participando todos e, por conseguinte, inseridos em toda igreja.
Mesmo Jesus quis um grupo de doze para a eficiência da Sua missão. A vida
cristã é mais que um compromisso com Cristo, inclui um compromisso com os
outros cristãos. Tornamo-nos cristãos ao nos comprometer com Cristo, mas
tornamo-nos membros de uma igreja ao nos comprometer com um grupo específico de
fiéis. A primeira decisão traz a salvação e a segunda a comunhão.
Fazemos parte do
corpo de Cristo (Colossenses 3, 15). A vida foi feita para ser compartilhada.
Devemos ter uma vida em comum. “Cântico das subidas. De Davi. Vejam como é bom,
como é agradável os irmãos viverem unidos” (Salmos 133, 1). Comunhão é muito
mais que apenas ir à missa, significa experimentar a vida juntos. Isso inclui
amar altruisticamente. Quando se trata de comunhão o tamanho importa, quanto
menor melhor, isto é, a gente pode adorar no meio de uma multidão, mas não
podemos ter comunhão com toda ela. Não há como todos participarem quando há
mais de dez ou doze pessoas. Por isto, Jesus tinha um grupo de doze. Por isto
todo cristão precisa fazer parte de um grupo pequeno dentro da igreja. Aí vai
haver comunhão. Jesus mesmo prometeu, “onde dois ou três se reunirem em meu
nome, ali eu estou no meio deles”.
Na verdadeira
comunhão, as pessoas experimentam autenticidade, são honestas a respeito de si
mesmas e do que está acontecendo em suas vidas. Na verdadeira comunhão, as
pessoas experimentam a reciprocidade, a arte de dar e receber, é depender um do
outro, ajudar uns aos outros. Somos mais constantes em nossa fé quando outras
pessoas caminham conosco e nos incentivam. A reciprocidade é a essência da
comunhão. Na verdadeira comunhão, as pessoas experimentam a compaixão, a
misericórdia.
A vida em comunidade
exige comprometimento. Somente o Espírito Santo pode criar uma verdadeira
comunhão entre cristãos, mas Ele cultiva isso por meio das escolhas que fazemos
e dos compromissos que temos. É necessário tanto o poder de Deus quanto o
esforço nosso para gerar uma comunidade cristã amorosa.
A vida em comunidade
exige sinceridade, É necessário usar a franqueza para que os relacionamentos
evoluam. Mas é falar a verdade com uma atitude de amor. Quando tratamos o
conflito de maneira correta, crescemos em intimidade uns com os outros. A
verdadeira comunhão, seja no casamento, na amizade ou na igreja, depende da
franqueza.
A vida em comunidade
exige humildade. As Sagradas Escrituras nos ensinam “Sejam humildes uns com os
outros”. A vestimenta adequada à comunhão é a
postura humilde. Humildade não é pensar menos de si mesmo, mas pensar
menos em si mesmo.
A vida em comunidade
exige cortesia. Somos corteses quando respeitamos as diferenças, quando temos
consideração pelos sentimentos uns dos outros. São Paulo diz a Tito: “O povo de
Deus deve ser generoso e cortês”.
Na igreja ou nos
grupos pequenos, sempre há as pessoas difíceis. Temos de saber respeitá-las,
amá-las. Deus as coloca em nossas vidas para o nosso bem e o bem delas. Elas
são uma oportunidade para crescermos e um teste para a comunhão.
A vida em comunidade
exige sigilo. Somente num ambiente seguro, onde existe acolhimento amável e
sigiloso, as pessoas se abrirão e compartilharão suas mágoas, seus problemas,
suas necessidades, seus erros.
A vida em comunidade
exige constância. Devemos manter contato regular com o grupo a fim de
desenvolver a verdadeira comunhão. Relacionamentos exigem tempo. É preciso
estar comprometido.
Tudo está na igreja. Deus
criou a igreja para satisfazer nossas cinco necessidades mais cruciais: um
propósito para o qual viver, pessoas com quem viver, princípios pelos quais viver,
uma profissão para nos sustentar e força para seguir vivendo. Não há nenhum
outro lugar na terra em que possamos achar esses cinco benefícios em um só lugar.
Os propósitos de Deus
para nossa igreja são idênticos aos cinco propósitos que ele tem para nós, A
adoração nos ajuda a nos concentrar em Deus, a comunidade nos ajuda a enfrentar
os problemas da vida, o discipulado nos ajuda a fortifica a nossa fé, o
ministério nos ajuda a descobrir nossos talentos e o evangelismo nos ajuda a
cumprir nossa missão, Nesta terra, não
há nada como a igreja. Precisamos valorizá-la de acordo e senti-la caminho para
alcançarmos nosso objetivo nesta vida.
Portanto, é nossa
função proteger a igreja. A unidade da igreja é tão importante que o Novo
Testamento dá mais importância a isso do que ao céu ou ao inferno. Deus deseja
profundamente que experimentemos unidade e harmonia uns com os outros. A
unidade é a alma da comunhão. Nosso maior modelo de unidade é a Trindade, o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são totalmente unidos em um.
A bíblia nos orienta para
conseguirmos esta unidade e harmonia:
1. Concentremos no que temos em comum, não em nossas
diferenças.
Como crentes, partilhamos um Senhor, um corpo, um propósito, um Pai, um
Espírito, uma esperança, uma fé, um batismo, um amor, a mesma salvação, a mesma
vida e o mesmo futuro, fatores muito mais importantes do que as diferenças que
poderíamos enumerar.
2. Sejamos realistas em nossas expectativas. Entre uma igreja ideal
e ela real é grande a diferença. Se mudarmos de igreja a cada decepção, não haverá
igreja para nós. Portanto, amemos nossa igreja independentemente de suas imperfeições
e lutemos para atingirmos o ideal.
3. É melhor que a gente prefira incentivar que criticar. É sempre mais fácil
ficar de fora e jogar pedras naqueles que estão servindo do que se envolver e
contribuir. São Paulo adverte: “Por que julgas, então, o teu irmão? Ou por que
desprezas o teu irmão? Todos temos que comparecer perante o tribunal de Deus”
(Romanos 14, 10).
4. Recusemos dar ouvidos às fofocas. É muito triste que
no rebanho de Deus as maiores feridas venham de outras ovelhas e não de lobos.
5. Pratiquemos os métodos de Deus para a solução de
conflitos. Com
amor sempre.
6. Precisamos apoiar nossos pastores e líderes. Eles não são
perfeitos, Mas Deus os colocou em nossos caminhos. Eles responderão pelos seus
atos, portanto vamos respeitá-los como líderes pastorais. Deus abençoa as
igrejas unidas.
Ainda estou no meio do
livro, mas achei importante focar esta parte. Há muito para aprender dele. Seu
destino é nos ensinar a servir o Senhor, nos levar a cumprir nossa missão e
assim conquistar nosso lugar no Reino de Deus.
Napoleão