terça-feira, 29 de novembro de 2011

VIGIAI! NÃO SABEMOS O DIA E A HORA!

Como vimos domingo na missa, o ano litúrgico da Igreja se antecipa ao ano civil. Com o Advento, começa o ciclo litúrgico que durante as cinqüenta e duas semanas do ano refaz a trajetória da vida de Jesus e das comunidades que formam a Igreja. Com a expectativa do nascimento de Jesus, inicia-se o ano litúrgico.
Refletindo o evangelho de Marcos 13, 33-37, a mensagem é clara e penetrante, “Cuidado! Ficai atentos, pois não sabeis quando chegará o momento. O que vos digo, digo a todos: vigiai!” (Mc 13, 33 e 37). Já se vive os últimos tempos. É o tempo do amor e da paz, é o momento do encontro com Jesus.
A tônica do Advento é a vigilância para o reconhecimento de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus, entre nós. Os evangelhos deixam transparecer que os próprios discípulos que conviveram com Jesus, marcados pela cultura e religião da época, foram lentos em compreendê-lo. Os que permanecem dormindo não reconhecem o tempo de Jesus que vem ao seu encontro.

O mundo em que vivemos é envolvido por uma onda ideológica e eletromagnética que, como uma rede, mantém retidos a muitos em suas malhas. Onda de falsos valores em torno do "ficar rico", individualizando as pessoas e desprezando os pobres e pequeninos. Esses falsos valores são amplamente divulgados pelas das TVs que atravessam todas as paredes, como pela mídia em geral.

O desrespeito à dignidade humana gera a onda crescente de violência. Estar vigilantes é escapar das malhas dos poderosos deste mundo e reconhecer e aderir à mensagem libertadora e vivificante de Jesus que vem ao nosso encontro. É comprometer-se, alegres, com a prática da justiça, conforme os caminhos de Deus. O ano que desponta é o tempo da construção do mundo novo possível, pois é fiel o Deus que nos chama para realizar tal sonho.


Napoleão

domingo, 27 de novembro de 2011

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Napoleão

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A PARÁBOLA DO SEMEADOR

Hoje me deu vontade de falar sobre a parábola do semeador. Ela nos traz um ensinamento profundo, importante para tornarmos nosso coração um terreno fértil e fecundo.
Provavelmente, num dia ensolarado, de céu azul e claro, saiu o semeador a semear a sua semente. E ao semear, parte da semente caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram.
Outra caiu no pedregulho; e, tendo nascido, secou, por falta de umidade.
Outra caiu entre os espinhos; cresceram com ela os espinhos, e sufocaram-na.
Outra, porém, caiu em terra boa; tendo crescido, produziu fruto cem por um. Dito isto, Jesus acrescentou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!
Os seus discípulos perguntaram-lhe a significação desta parábola.
Respondeu Jesus: Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não.
Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem.
Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam.
Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis,
porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare (Is 6,9s).
Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem!
Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram.
Ouvi, pois, o sentido da parábola do semeador: Eis o que significa esta parábola: a semente é a palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem; mas depois vem o demônio e lhes tira a palavra do coração, para que não creiam nem se salvem.
Aqueles que a recebem em solo pedregoso são os ouvintes da palavra de Deus que a acolhem com alegria; mas não têm raiz, porque crêem até certo tempo, e na hora da provação a abandonam.
A que caiu entre os espinhos, estes são os que ouvem a palavra, mas prosseguindo o caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas e prazeres da vida, e assim os seus frutos não amadurecem.
A que caiu na terra boa são os que ouvem a palavra com coração reto e bom, retêm-na e dão fruto pela perseverança.
Enfim, a mensagem dessa parábola comprova o mais admirável dos ensinamentos religiosos: fé e confiança no futuro. Jesus falou sobre fatos, realidade e semear, no sentido de espalhar “a palavra”. A idéia fundamental da parábola parte do princípio de que quem ouve a palavra de Jesus e a entende frutifica e produz. E em todos os corações foram lançadas a mesma semente: a do Evangelho e, da mesma forma, que as sementes caem em terrenos inférteis, quando a palavra divina se apresenta diante de um coração sem fé não frutifica. O evangelista preparou a cena para a parábola do semeador com o objetivo de alertar seus ouvintes para a inesperada colheita arrecadada no reino de Deus.
Napoleão

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Neste domingo, ouvimos a proclamação da Parábola dos Talentos no Evangelho (Mt 25, 14-30). Ela encerra uma mensagem muito importante para todos, principalmente nós cristãos.
Na verdade, quando Jesus se referiu aos talentos, Ele falou da unidade monetária grega usada na época. Muitos entendem que Ele estaria se referindo às habilidades de cada pessoa. Mas não foi, os servos da parábola foram agraciados com uma quantia em peso de ouro ou prata equivalente a 6.000 dracmas. Portanto, a parábola não se refere automaticamente aos nossos dotes, talentos naturais. Refere-se ao patrimônio do patrão confiado aos servos.
Na parábola de São Mateus, os talentos são o patrimônio do Evangelho, a riqueza que o Senhor deixou para seus discípulos, levando em conta que há pessoas que tem mais capacidades e outras menos, mas todas têm: “deu a cada qual de acordo com a sua capacidade”. Assim, significava na parábola as responsabilidades e os deveres para com esse patrimônio que nos são confiados e em torno dos quais gira a nossa vida. Por exemplo, quais as responsabilidades de um pai de família, uma mãe de família, um padre, um agente de pastoral, um missionário, um governante, um médico. Há responsabilidades grandes e pequenas. Deus nos confia vários talentos, ele nos entrega a vida não como um peso nem como um castigo, mas como um dom, uma graça, uma bênção e uma grande oportunidade para nós e para os outros.
A atenção cai sobre o modo como este patrimônio é utilizado. Estes talentos que Deus nos dá significam a nossa responsabilidade como cristãos. Sermos testemunhas do Evangelho, vivermos esse Evangelho com garra dentro da realidade da nossa vida diária. Entretanto, muitas pessoas hoje convivem com o problema de uma sociedade que exige tanto que elas se sentem inúteis, inadequadas e incapacitadas. Deus nos conhece profundamente e não nos dá tarefas que não possamos realizá-las. Por isso, devemos ter uma estima sadia de nós mesmos antes de tudo porque existimos e somos fruto de um amor que quer que olhemos a vida como o nosso maior empreendimento.
Deste modo, vemos que o Evangelho deste domingo é muito claro: Jesus quer chamar a nossa atenção para o terceiro servo. Mas vamos falar também um pouco dos dois primeiros. No geral, a parábola nos mostra que somos dependentes de Deus e que somos obrigados a prestar-lhe contas; tudo o que temos é um bem que nos foi confiado, que não podemos usá-lo do jeito que bem entendermos, mas que devemos empregá-lo da maneira como Deus quer que o usemos. Através do comportamento e do destino dos dois servos bons e fiéis que empregaram, investiram, duplicaram, Jesus nos faz ver como devemos lidar com a nossa situação atual.
Entretanto, através do comportamento e do destino do servo mau que enterrou o talento conservado, mas não o fez crescer, podemos dizer que já é algo não ter perdido, mas não lhe serviu para nada. Jesus nos esclarece como uma pessoa com estas características vai acabar. Isso deve nos convencer a se afastar de um comportamento semelhante.
Também é importante ver como o texto diz: “depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar as contas com os empregados”. Aqui trata-se claramente da demora da parusia, da vinda do Senhor, onde o prêmio será entrar na alegria do Senhor. Se tivermos a atitude do servo mau, é como se disséssemos a Deus: Senhor, me deste o Evangelho, a fé, a Igreja, os sacramentos, tantos dons, graças. Eu te restituo, não me serviram para nada. Vivi como se não os tivesse. Isto é literalmente encontrar-se na escuridão, nas trevas do mundo, onde se chora e se range os dentes de remorso por não ter aproveitado o presente que Deus nos deu. É a falta de fecundidade evangélica.
A este servo mau se opõe também claramente a sabedoria do livro dos Provérbios (I leitura), mostrando a figura admirável da mulher forte. Uma mãe de família é habilidosa e generosa. Trabalha e se empenha em tudo o que faz sem se deixar levar pela beleza externa (passageira). À luz do Evangelho podemos dizer que a ela Deus confiou o talento da vida familiar. Um talento que tantos consideram pequeno, dona do lar, mas que na verdade todos sabem que é um talento enorme.
No Sl 127, encontramos a beleza de uma família. Feliz é o homem que teme o Senhor, o servo fiel frutifica o patrimônio de graça, a esposa é uma videira bem fecunda e os filhos são rebentos de oliveira. Na II leitura, coloca-se novamente o problema escatológico. Não devemos especular sobre o tempo e o momento, ele virá de surpresa, o que importa é que estejamos prontos. Não somos filhos das trevas, estamos acordados e sóbrios, prontos para acolher o Senhor quando vier.
Tudo o que Deus nos confia nesta vida não pode ser enterrado nem desperdiçado. Os nossos “talentos” devem ser investidos em favor de todos, não só de nós mesmos. E temos que enfrentar os riscos, pois seja lá o que fizermos, sempre haverá seus riscos e provações. Mas se não nos arriscarmos, não avançaremos nem cresceremos nunca na vida, ficaríamos como o terceiro servo.
O coração da parábola e a chave que poderia desbloquear a situação do terceiro empregado é justamente a relação entre ele e o patrão, entre cada um de nós e Deus. Enquanto os dois primeiros servos se sentiram estimulados para agir e não tiveram medo do patrão porque o conheciam e confiavam nele, o terceiro permaneceu condicionado somente pelo medo e ficou paralisado. Ele tem uma relação falsa com o seu patrão, uma imagem errada de um Deus como um juiz duro e implacável. Teve medo de perder o talento, de ser julgado e condenado por isso. E assim não quis sujar suas mãos, teve medo de errar, de se arriscar, ficou preguiçoso, acomodado, fechou-se.
Mas o amor tem a capacidade de mover a vida, e o amor de Deus pode nos levantar para assumirmos a responsabilidade de uma vida sem fugas e sem temores, com coragem, paixão e iniciativa. A consciência de que Deus no final nos pedirá contas dos frutos da nossa vida não deve nos encher de medo, mas pode ser uma justa provocação para não nos acomodarmos e podermos participar da Sua alegria.
Mas uma névoa povoa a mente, por mais que a fé nos preencha o coração. Então, gostaria que me respondessem uma reflexão: Como entender a frase: “Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas, daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado”? Utilizem meu e-mail:
napfigueiredo@yahoo.com.br Em especial, seria ótimo uma opinião do nosso diretor espiritual do ECC, Padre Bruno, e nosso pároco, Padre Marquinho.
Napoleão

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

VINDA DO REINO DE DEUS

No evangelho de hoje, Jesus afirma que o Reino de Deus está no meio de nós, falando aos fariseus (Lc 17, 20-25). Na verdade, o reinado de Deus foi inaugurado com Jesus. Temos, portanto, que nos empenhar em experimentar e ajudar os outros a experimentarem a ação do reino que já está atuando, tal como o faz o fermento na massa.
Há algo mais irrisório do que um cristão que não se preocupa com os outros? Não tomemos como pretexto a pobreza, a viúva que pôs duas pequenas moedas na arca do tesouro (Mc 12,42) levantar-se-ia contra nós; Pedro também, ele que dizia ao coxo: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3,6), e Paulo, tão pobre que tinha muitas vezes fome. Não usemos a nossa condição social, pois os apóstolos também eram humildes e de baixa condição. Não invoquemos a nossa ignorância, porque eles eram homens iletrados. Temos saúde frágil? Timóteo também o era. Sim, seja o que for que sejamos, não importa quem pode ser útil ao seu próximo, se ele quer verdadeiramente fazer o que ele pode. Isto é ser fermento na massa. É estar atuando no reinado de Deus.
Quantas árvores da floresta são vigorosas, belas, esbeltas? E contudo, nos jardins, preferimos árvores de fruto. Belas árvores estéreis…, assim são os homens que apenas consideram o seu próprio interesse…
Se o fermento não levedasse a massa, não seria um verdadeiro fermento. Se um perfume não perfumasse os que estão perto, poderíamos chamá-lo de perfume? Não vamos dizer, pois, que é impossível termos uma boa influência sobre os outros, porque se somos verdadeiramente cristãos, é impossível que não se passe nada; isso faz parte da essência própria do cristão… Será tão contraditório dizer que um cristão não pode ser útil ao seu próximo como negar ao sol a possibilidade de iluminar e aquecer a terra.
Concretamente, podemos dizer, baseados em teólogos cristãos, que o Reino de Deus se sintetiza em dois pontos:
- um governo real e universal de Deus estabelecido no Céu e também na Terra completamente renovada no fim dos tempos, no dia do Juízo final e com existência eterna;
- uma condição interior de dimensão pessoal, de caráter espiritual, moral, mental e psíquico, existente em todos aqueles que estão na graça de Deus e que seguem verdadeiramente a vontade de Deus e os ensinamentos e exemplo de Jesus Cristo; aqueles que são fermento na massa, que lutam pelos valores principais do Reino que são a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade, a alegria e a dignidade da pessoa humana.
Napoleão

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A DÍVIDA DO AMOR

Ainda falando de amor, um trecho muito bonito e com uma mensagem salvadora de São Paulo na carta aos romanos merece destaque. Numa das leituras na missa de domingo, pudemos ouvir sua proclamação com grande alegria:
“Irmãos; Não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei. De fato, os mandamentos: “Não cometerás adultério”, “Não matarás”, “Não roubarás”, “Não cobiçarás” e qualquer outro mandamento se resumem neste: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. O amor não faz nenhum mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento perfeito da Lei.”
Neste trecho, Romanos 13, 8-10, São Paulo enfatiza a importância do amor antes de nos dar exemplos de como devemos nos portar. Na verdade, nosso grande Mestre Jesus sempre mostrou que o caminho que nos leva ao Seu Reino é o caminho do amor, quando o citou nos dois grandes mandamentos, resumo de todos os demais. São Paulo o vê como a qualidade fundamental em todo o nosso serviço a Deus. Em Coríntios 13, 7, ele ainda nos diz “o amor tudo perdoa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta ...”
Napoleão