quinta-feira, 10 de novembro de 2011

VINDA DO REINO DE DEUS

No evangelho de hoje, Jesus afirma que o Reino de Deus está no meio de nós, falando aos fariseus (Lc 17, 20-25). Na verdade, o reinado de Deus foi inaugurado com Jesus. Temos, portanto, que nos empenhar em experimentar e ajudar os outros a experimentarem a ação do reino que já está atuando, tal como o faz o fermento na massa.
Há algo mais irrisório do que um cristão que não se preocupa com os outros? Não tomemos como pretexto a pobreza, a viúva que pôs duas pequenas moedas na arca do tesouro (Mc 12,42) levantar-se-ia contra nós; Pedro também, ele que dizia ao coxo: “Não tenho ouro nem prata” (Ac 3,6), e Paulo, tão pobre que tinha muitas vezes fome. Não usemos a nossa condição social, pois os apóstolos também eram humildes e de baixa condição. Não invoquemos a nossa ignorância, porque eles eram homens iletrados. Temos saúde frágil? Timóteo também o era. Sim, seja o que for que sejamos, não importa quem pode ser útil ao seu próximo, se ele quer verdadeiramente fazer o que ele pode. Isto é ser fermento na massa. É estar atuando no reinado de Deus.
Quantas árvores da floresta são vigorosas, belas, esbeltas? E contudo, nos jardins, preferimos árvores de fruto. Belas árvores estéreis…, assim são os homens que apenas consideram o seu próprio interesse…
Se o fermento não levedasse a massa, não seria um verdadeiro fermento. Se um perfume não perfumasse os que estão perto, poderíamos chamá-lo de perfume? Não vamos dizer, pois, que é impossível termos uma boa influência sobre os outros, porque se somos verdadeiramente cristãos, é impossível que não se passe nada; isso faz parte da essência própria do cristão… Será tão contraditório dizer que um cristão não pode ser útil ao seu próximo como negar ao sol a possibilidade de iluminar e aquecer a terra.
Concretamente, podemos dizer, baseados em teólogos cristãos, que o Reino de Deus se sintetiza em dois pontos:
- um governo real e universal de Deus estabelecido no Céu e também na Terra completamente renovada no fim dos tempos, no dia do Juízo final e com existência eterna;
- uma condição interior de dimensão pessoal, de caráter espiritual, moral, mental e psíquico, existente em todos aqueles que estão na graça de Deus e que seguem verdadeiramente a vontade de Deus e os ensinamentos e exemplo de Jesus Cristo; aqueles que são fermento na massa, que lutam pelos valores principais do Reino que são a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade, o perdão, a liberdade, a alegria e a dignidade da pessoa humana.
Napoleão

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