
Aqui é necessário insistir que a missão de Jesus era trazer a vida para todos – não para alguns – e a vida plena, não uma suposta “vida espiritual”. Vida plena, em abundância, exige tanto os bens materiais necessários para uma vida digna, como os bens espirituais. Assim, o seguimento do Bom Pastor, nos coloca em choque com a sociedade vigente que restringe a vida plena a alguns privilegiados, enquanto exclui a maioria da humanidade. O texto impede que nós nos refugiemos numa interpretação espiritualista, oferecendo uma vida plena após a morte, pois o Reino de Deus que Jesus anuncia já está no meio de nós (cf Mc 1, 14-15), mesmo que a sua realização plena só acontece no além. O v. 11 nos manifesta o preço a ser pago por ser bom pastor! Jesus afirma que "o bom pastor se despoja da própria vida por suas ovelhas” (v.11). Enquanto o mercenário sacrifica as suas ovelhas ao seu interesse, o bom pastor entrega a sua vida até a morte para que os outros vivam.
As imagens do texto são por demais conhecidas. Todos conhecemos cartazes mostrando Jesus como o Bom Pastor. Cumpre assumir a continuidade da sua missão, entregando a nossa vida na luta diária para a criação de uma sociedade mais justa e humana – portanto divina – pois só assim seremos fiéis a aquele que veio “para que todos tenham a vida e a tenham em abundância”.
Napoleão
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